sábado, 9 de setembro de 2017

DIÁLOGOS (CORRIGINDO)





































Beto Acioli










DIÁLOGOS
1ª Edição












Roberto Flavio de Souza Acioli
Pernambuco
2015

Editoração: Roberto Flavio de Souza Acioli
Diagramação: Beto Acioli
Capa/arte: Beto Acioli
Revisão: Ana Cynthia Acioly, Beto Acioli e Carlos Marcos Faustino

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, micro fílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos do Código Penal), com pena de prisão e multa, busca e apreensão e indenizações diversas (art. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).


Catalogação na Publicação (CIP)

AC181d   Acioli, Beto, 1965-
            Diálogos / Ana Cynthia Acioly/ Beto Acioli / Carlos Marcos Faustino. --  1. ed. --
         Recife : Roberto Flavio de Souza Acioli, 2017

            80p.;21cm.


            ISBN 978-85-920319-7-8

            1. Poesia brasileira. 2.Literatura                    
          brasileira. I.Título
                             
                                          CDD:B869.1
 CDU:821.134.3(81)
                              
           

                        
       


 
Índice para catálogo sistemático:1. Poesia : literatura brasileira  869.1







DIÁLOGOS

Beto Acioli
com
Ana Cynthia Acioly & Carlos Marcos Faustino



















Beto Acioli
Recife - Pernambuco - Brasil
Cel. (81) 98577-3865
betoacioli@gmail.com
http://dialogosautoresdiversos.blogspot.com.br/












“Só quero ser assassinado se for por mil girassóis atravessando em minhas retinas, pelo menos morrerei iludido."  (Airton Souza - Marabá/PA)













Com girassóis nas retinas
Morrerei muito enlevado
Por jasmins asfixiado
Ah! Flores que me fascinam
Que nesta hora divina
Hão de cobrir o meu leito
Iluminando meu jeito
Clareando meu semblante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)


Eu bem que preferiria
nunca morrer de ilusão
pois nunca meu coração
na morte acreditaria
mas girassóis eu queria
cobrindo todo o meu peito
seria um manto perfeito
pr'uma morte muito elegante
Que imaginem neste instante
 que parti bem satisfeito.
               (Beto Acioli)


Se flores fossem as armas
Que d'um golpe de leveza
Minha vida fosse presa
Morreria com vivalma
Na beleza da flor, calma
Sem terminar os meus feitos
Deixando o pó do meu pleito.
Mas em asas radiantes
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)

                     
E ao chegar doutro lado
São Pedro com alegria
virá me dizer bom dia
Nas mãos um livro encapado
com letras todo em dourado
vestido em branco, perfeito
Vai arrancar do meu peito
De mal, de podre, o bastante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)


Queria que além das flores
houvesse canto e poesia
um cirandar com alegria
unindo os meus amores.
Que não houvesse plangores
só riso, união, respeito
à ida desse imperfeito
que foi, da vida, um amante
que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)


No impasse d'um segundo
Viver ou ter falecido
Ser ou se ver perecido
Vi aqui rodar o mundo.
Me expectei moribundo
Entre luzes no meu peito.
Girassóis mil em meu leito
Morte e vida a jusante.
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)


Estarei purificado
Pra poder voltar à Terra
Estarão à minha espera
os que houveram me amado?
Enxoval branco, engomado
Volto meio contrafeito
Mágoa existe no meu peito
Vou, volto, sou debutante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)


Não quero ser assassinado
por nada nem por ninguém.
Viver é o que me convém
mesmo com o mundo virado.
Meu dia já foi agendado
por Deus que é Justo e Perfeito
e ao homem não deu o direito
de assassinar um semelhante...
Que imaginem neste instante,
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)
Nesse mundo perambulo
Minha alma peregrina.
Em poemas, contos, sinas.
Nem por isso capitulo
A egos mortos e nulos.
Faço, refaço o malfeito,
Morro assim do meu jeito.
Por ter alma esperante,
Que imaginem neste instante,
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)


De novo pronto pra luta
Certo é por o pé na estrada
Tornar linda a caminhada
Melhorar muito a conduta
Muito amor, pouca disputa
Ser somente um amuleto
Que só promova o aconchego
Pra quem ficar hesitante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)


Que partirei satisfeito
essa é a certeza que tenho
deixar o mundo-cão ferrenho
sumir qual gás rarefeito
com o vácuo tentar um preito
flutuar pelo espaço errante
pousar numa estrela gigante
dos astros tirar proveito...
Que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)


Verbos, vírgulas em versos,
Sumo arsenal dos poetas,
Como flores violetas,
Cobrirão meu ser diverso.
Branda cor do universo.
Descanso a dor do meu peito,
Repouso os meus conceitos.
Ainda que agonizante,
Que imaginem neste instante,
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)

Adeus Oh! Doces quimeras
Estrelas e pirilampos
Que compuseram meu canto
Findou-se o tempo de espera
Seguindo pra outras terras
Deixo pra trás os meus feitos
Refaçam os seus conceitos
O meu desejo é constante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito
(Carlos Marcos Faustino)


Que chegue como regalo
a paz qu’eu desejo tanto
deixo aqui meu surdo canto
pra sempre, pro além, me calo.
Fundir-me-ei ao orvalho
impalpável e já refeito
e viverei d'um outro jeito
num plasma, à luz, rutilante...
que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)


Arrazoando a vida
Tão incerta, transviada,
Translúcida, desnudada,
Beijo a morte, destemida.
Iluminaturas idas,
Um desfecho bem aceito.
Rumo ao etéreo efeito,
Vida que chora distante.
Que imaginem neste instante,
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)


Na vida colhi do lodo
Pérolas, flores, prazeres
O amor de muitas mulheres
Afora alguns engodos
Eu tive o melhor em dobro
Por isso é que me deleito
Venci! Venci esse pleito
Neste momento mutante
Que imaginem nesse instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)

Deixo pro mundo meus versos
provas da minha existência
restos da minha consciência
instalar-se-ão no universo
meu cerne será disperso
esse é o Divino preceito
meu caldo voltará aos leitos
dos rios, mares e fontes...
que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.”
 (Beto Acioli)


Do canto do passarinho,
Das asas da borboleta,
Dos prados a silhueta,
Vou adornar meu novelinho.
Degustando o bom vinho,
Neste caminho estreito,
Senda ao lugar perfeito,
Estarei bem confiante.
Que imaginem neste instante,
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)

Sou de estrelas poeira
Sou notas duma canção
Sou versos que ao vento vão
Sou ondas que a praia beija
Em minha vida ligeira
Definições do meu jeito
Mesmo não sendo perfeito
Aos de coração pulsante
Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito.
(Carlos Marcos Faustino)


Que esteja em meu epitáfio
num majestoso poema
dizendo valer a pena
passar no terreno estágio...
é a morte só um presságio
e pr’outra vida fui eleito
aqui cumpri o meu pleito
zarpei tal qual um viajante...
que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)

Brotem hibiscos vermelhos,
Amarelos e rosados,
Muitos lírios azulados,
Flores que sejam espelho.
Rastros dos meus dias velhos.
Que nas contas dos meus feitos,
Haja amor, poesia, pleitos.
Pois que sou tão anelante,
Que imaginem neste instante,
Que parti bem satisfeito.
(Ana Cynthia Acioly)


Quando ao decesso sorvido
em paz estarei com a mente
sentir-me-ei qual semente
que eclode em jardins floridos...
partirei só arrependido
daquilo, por mim, não feito
arfando flores no peito
pr'alívio à dor lancinante...
que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito.
(Beto Acioli)


Que imaginem neste instante
que parti bem satisfeito
ao paraíso perfeito
aonde há vida abundante...
e sendo a morte essa ponte
uma porta pra renascença
levarei somente a crença
em viver um novo universo...
deixo pro mundo, em meus versos
provas da minha existência.
(Beto Acioli)

Que imaginem neste instante
Que parti bem satisfeito
Agora sou o primeiro
Mas espero confiante
que seja muito importante
Toda esta advertência
Depois de tanta evidência
Mesmo para os mais dispersos
Deixo pro mundo em meus versos
Provas de minha existência.
(Carlos Marcos Faustino)


Fios dos cantos de mim
Descem formando as rimas,
Qual seiva viva e íntima.
Verso ardores e confins.
Transpiro os meus jasmins,
Cores da minha essência.
Ecos em frágil cadência,
E enlevos controversos.
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
(Ana Cynthia Acioly)

Enquanto a vida prossegue
esqueço que a morte existe
se lembro não fico triste
não ponho alegria em xeque.
Faço da poesia prece
pra que me traga a clemência
a paz, a condescendência
e um ar que me faça terso...
deixo pro mundo em meus versos,
provas da minha existência.
(Beto Acioli)



Ser valente, sorridente
Cavalheiro à moda antiga
Sair dos bailes da vida
Só pela porta da frente
Abraçar os oponentes
Tudo isso é sapiência
Que acalma a consciência
Meu pensamento é certo
Deixo pro mundo em meus versos
Provas de minha existência.
(Carlos Marcos Faustino)

Eu poeta vejo o mundo
Com os olhos eloquentes.
Tenho sopros inerentes
Aflora em meu submundo,
Poeta, sou vagamundo.
Gato em rente presença,
Vivo em tal efervescência,
Não escondo meus avessos.
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
(Ana Cynthia Acioly)


Sei que quando na viagem
não poderei levar nada...
saudades da minha amada
serão só a minha bagagem.
Pra ela deixo uma mensagem:
presente estarei na ausência...
pra provar minha benquerença
e o meu amor incontroverso...
deixo pro mundo em meus versos,
provas da minha existência.
(Beto Acioli)

Em poesias as sementes
deixarei para que cresçam
pra que nunca se esqueça
quem cala é quem consente
por isso estarei presente
tenho muita consciência
eu luto com sapiência
por modos muitos, diversos
Deixo pro mundo os meus versos
Provas da minha existência
(Carlos Marcos Faustino)



No presente de quimeras
Canto meu canto calada,
Declamo rimas aladas
Preencho minhas crateras.
Esgoto espaços, deveras,
Com palavras e vivências,
Conto contos, divergências.
Este é o meu universo.
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
(Ana Cynthia Acioly)

Deixo parte da minha vida
em pedaços de papel
no varal deixo um cordel
com minhas loucuras contidas
pra quando na minha partida
alguns possam ter ciência
que aqui marquei minha presença
deixando rastros diversos...
deixo pro mundo em meus versos
provas da minha existência.
(Beto Acioli)



Também já fui um menino
Versejei em meus brinquedos
Fiz encanto dos meus medos
E tudo o que hoje assino
Lembranças que descortino
Meninice, adolescência
Com toda aquiescência
Sentimentos submersos
Deixo pro mundo em meus versos
Provas da minha existência.
(Carlos Marcos Faustino)

Eu também já me animava
Quando menina, recordo.
Amava livrinhos, acordos
De fantasias, estudava...
Lúdico tempo pairava
No tempo de obediência.
Corro mundos, dissidências.
Ando em planos dispersos,
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
 (Ana Cynthia Acioly



No fim da minha geração
nem lembrarão mais de mim
pode ser que seja assim,
talvez possa ser que não.
Se a mim fizerem uma menção
por mácula ou por reverência
sinais que minhas reticências
sobreviveram ao adverso...
deixo pro mundo em meus versos,
provas da minha existência.
(Beto Acioli)
Viver aqui neste plano
Requer ter sabedoria
Pra dança de todo dia
O mundo está leviano
Tanto pensamento insano
Oh! Deus quanta incoerência
Parto com antecedência
Indo pra outro universo
Deixo pro mundo em meus versos
Provas da minha existência.
(Carlos Marcos Faustino)



O mundo, terra selvagem,
Tão cheio de artifícios,
É lugar de sacrifícios,
Crianças mortas, visagem,
Sem chance caem, voragem...
Poesia em abstinência
Das cores, da opulência.
Em dias tão controversos,
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
(Ana Cynthia Acioly)

Viver com pressa e prudência
não há sapiência maior
sem pudor, com consciência
(lembrando o Ilustre Belchior)
Quero da vida o melhor
não dou valor à aparência
sou fiel à minha essência
quem lê-me, vê o meu reverso...
deixo pro mundo em meus versos
provas da minha existência.
(Beto Acioli)



Nos ecos desta quietude
A voz calada me assusta
Qual Punhal sangra e amputa
Os sonhos de juventude
Repletos de angelitude
Definhando em consequência
Morro por antecedência
Dos meus momentos incertos
Deixo pro mundo em meus versos
Provas da minha existência.
 (Carlos Marcos Faustino)


Desejo, sim, ser lembrada
Pelas gentes de outra era.
Nos pensares, vida vera,
Anunciando, ousada,
O amor, a dor, a cilada,
A vida, morte, ausência,
Abraços, rastros, essência.
Conjuro laços conversos!
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência.
(Ana Cynthia Acioly)


Espalho minhas sementes
pra que o mundo floresça
pra quando aqui pereça
meu nome não esteja ausente.
Deixo meu ar de presente
pra qu'exalem em permanência
e busquem, na florescência
os germens, de mim, aspersos
deixo pro mundo em meus versos
provas da minha existência.
 (Beto Acioli)

A flor que colhi um dia
Em tempos de meninice  
Embora tanta meiguice
Desfolhou-se por magia
Transformada em poesia
Compensei a sua ausência
E com toda reverencia
Meu sentimento introverso
Deixo pro mundo em meus versos
Provas da minha existência.
(Carlos Marcos Faustino)


Como peixes pequeninos
Em um lago de águas claras,
Em tal noite de tez rara,
São versos feitos destinos.
Nadam em luz, como sinos,
Anunciam a diligência,
Dos dias e sua urgência,
Que findam quês adversos.
Deixo pro mundo em meus versos,
Provas da minha existência. 
(Ana Cynthia Acioly)


Deixo pro mundo em meus versos
Provas da minha existência
Mesmo sem experiência
A todos com quem converso
Deixo claro que o universo
Ainda que se agradeça
Ou mesmo que se esqueça
Continua tão doente
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)


Entrecortado em soluços
por ver que esse tempo finda
às potestades provindas
dos sacerdócios com embuço
à cabeça o carapuço
dum burro a puxar a caleça
sem nada ter o que ofereça
além de sermões descrentes...
espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)
Névoas acinzentadas,
Restos de perdição,
Palavras em dispersão,
Deixam poesias, coitadas,
Toscas, foscas, laceradas.
Que a flor pura permaneça,
Antes que outra erva cresça.
Planto versos, entrementes,
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)



Mas de amor e de amizade
Se deve povoar o mundo
São sentimentos profundos
Para o bem da humanidade
Hoje me deixa saudades
Dos tempos de  antigamente
De afetos tão ardentes
Então pra que não se esqueça
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)

Deixo pro mundo em meus versos
provas da minha existência
pra quem, de amor, tem carência
pra quem na dor está imerso...
Aqui, no mundo perverso,
que a paz c'os bons sempre esteja
que os olhos da alma vejam
quão precioso é ser crente.
espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)



Convoco os jardineiros
Que lavram em poesia...
Arte pura, maestria:
Alcem a voz de guerreiros!
Cuidem bem de seus canteiros,
Pra que o mundo não esqueça.
Que o verbo amanheça,
Com flores de raras mentes.
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)

O progresso está abusivo
Toda natureza implora
A fauna, a flora:- É agora
O momento decisivo
Dum gesto mais intensivo
Pra salvação do planeta
Antes que o mal aconteça
Eu sou, tu é veemente?
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)


Quem crê no amor pode tudo
alcança a tudo que anseia...
Transforma um pão numa ceia
sacia a alma, sobretudo
a fé lhe vem como escudo
derrota o mal que rasteja
triunfa em qualquer peleja
se manso, brada valente...
espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)


Andarilha, sou do mundo,
Do sol e lua sou filha.
Noturna, ando em matilha,
Margem, sou solo fecundo.
Tenho pressa, vou a fundo,
Planto paz para que cresça,
Voe plena e acresça,
Flores brancas, reluzentes.
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)


E haverá mais paz na Terra
Quando ela for plantada
Muito bem fundamentada
Quando a alma inda encerra
Ideais que não a guerra
Quiçá o mal amorteça
Que o amor o reabasteça
É o meu apelo urgente
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)


Persigo a serenidade
resido em minhas teias
o sol é minha candeia
sua luz, minha sagacidade.
A minha felicidade
vem do que a alma caleja
não do que vem de bandeja
do ontem fiz meu presente...
Espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)


Ah! Esta hodiernidade!
História de corrupção,
Negociatas à mão...
O preço da deslealdade.
Grito por conspicuidade!
Que a verdade apareça,
Para que a justiça cresça.
Soldado nas minhas frentes,
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)


O riso de uma criança
É promessa de venturas
Os filhos são as pinturas
Quadros de nossas lembranças
Que deixamos por herança
Por isso a Deus agradeça
Antes que a vida adormeça
Eu sigo a estrada contente
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)



Se o mundo hoje anda torto
a culpa é da humanidade
com a renda em desigualdade
só traz poder para poucos
e a tantos traz o sufoco
a fome, um quebra cabeça
faz com que a paz faleça
precisamos d'algo urgente...
espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)

O mundo nesta lambança
Só nos trará desventuras
Esta crise não se atura
Deste jeito esta balança
Pende sem muita bonança
Melhor erguer a cabeça
Antes que o mal aconteça
Por isso agora, urgente
Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça.
(Carlos Marcos Faustino)




Refrear o consumismo
talvez frene uma desgraça
talvez salve a nossa raça
ou safe o mundo do abismo
utopia ou pessimismo
ou um devaneio, que seja
o globo pro caos andeja
nossa extinção é iminente...
espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça.
(Beto Acioli)

Que iminente perdição
Ameaça nossa era!
O saber, o ser, a fera...
Fenece a criação.
Urge cabal decisão:
Plantar antes que emudeça
a seiva.  Desapareça,
Mentes congelem latentes.
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)



Espalho as minhas sementes
Pra que o mundo floresça
Pra que em tempos de colheita
Nossos filhos sorridentes
Com amor no peito latente
Semearão com ternura
Nos campos nova mistura
Que trará mais esperança
O riso de uma criança
É promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)

Espalho as minhas sementes
pra que o mundo floresça
que ideais alvoreçam
em mentes não conscientes
para que efetivamente
hajam colheitas em fartura.
Creio numa vida futura
à luz duma nova esperança...
o riso de uma criança
é promessa de ventura.
(Beto Acioli)


O riso de uma criança
É promessa de ventura,
Traz à alma a mais pura
Melodia de esperança,
Enleio tal e bonança,
Que o céu aqui já começa.
Em olhos de pouca pressa,
São crianças senescentes.
Espalho as minhas sementes,
Pra que o mundo floresça.
(Ana Cynthia Acioly)


A casa toda apagada
As janelas sem cortinas
E um luar de platina
Adentrando a madrugada
Clareando a estrada
Lençóis de linda brancura
Envolvendo com doçura
Da vida esta exuberância
O riso de uma criança
É promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)


Bebendo em novas fontes
trilhando noutros caminhos
nunca estaremos sozinhos
na busca d`outro horizonte
a luta segue adiante
com fé, afã e bravura
com aqueles de alma pura
façamos nossa aliança...
o riso de uma criança
é promessa de ventura.
(Beto Acioli)

Escancaro as janelas
Grandes, agora revejo!
A vista farta qu'almejo
De girassóis sentinelas.
Dos gritinhos que só elas
Alcançam em aventuras.
Das pequenas criaturas
Seja o mundo, sem matança.
O riso de uma criança
É promessa de ventura.
(Ana Cynthia Acioly)


É tanto pra ser mudado
O mundo débil transpira
A natureza delira
Crianças! Fazei do passado
Um capítulo encerrado
Crescei com desenvoltura
Mudai no povo a cultura
Sois toda a nossa esperança
O riso de uma criança
É promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)


Quero o novo e o belo
que o futuro seja agora
que a cada luz da aurora
me ate a um novo elo.
Aposto no olhar singelo
na inocência e ternura
onde existe a candura
é donde flui as mudanças.
o riso de uma criança
é promessa de ventura.
(Beto Acioli)


Somos crianças de ontem
Camufladas de adultice,
Temos nossas meninices
Delas as vidas se nutrem.
Por tal, as eras resistem,
Cavalgam heras futuras.
Em pequenas criaturas
Reside vera pujança.
O riso de uma criança
É promessa de ventura.
 (Ana Cynthia Acioly)


Infância e mocidade
Tempos de doces lembranças
Como é grande esta distância
Fontes das nossas saudades
Um álbum de felicidades
Das nossas eternas juras
Dos momentos de loucura
Meu Deus que eterna fragrância
O riso de uma criança
É promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)


Dentro d’inocentes gestos
no olhar de um pequenino
há sinais de manifesto
do Santo Poder Divino.
Quero ser sempre o menino
mesmo tendo a idade adulta
estarei sempre à procura
desta bem-aventurança...
 o riso de uma criança
é promessa de ventura.
(Beto Acioli)


A criança que há em mim,
Descortinada e frágil,
Brincante, corre ágil
À procura no jardim
Da brancura do alfenim.
Deseja sua doçura
Para aplacar a usura
Do mundo em desavença.
O riso de uma criança
É promessa de ventura.
(Ana Cynthia Acioly)


Com harmonia e flores
Desejo pintar meu mundo
Este termo vagabundo
E outros sem mais pudores
Que dão aos trabalhadores
Vou cobrir com uma tintura
Envolta em tanta ternura
Uma marca de esperança
O riso de uma criança
é promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)


Com harmonia e em cores
desejo pintar meu mundo
sonhar, desejar profundo
da vida, ter os seus primores
não merecer os desfavores
d’infelizes criaturas
que necessitam da cura
pros grilhões da ignorância...
o riso de uma criança
é promessa de ventura.
 (Beto Acioli)



Quem maltrata um pequeno
Tira-lhe a vida, derrama
Seu sangue, sórdida trama.
É desalmado, obsceno,
Tem a cor de seu veneno,
Que desça à vil tortura.
Pra meninos a moldura
De proteção, esperança.
O riso de uma criança
É promessa de ventura.
(Ana Cynthia Acioly)


Em manhãs ensolaradas
Era todo esplendores
Por entremeio as flores
Borboletas encantadas
"Feito "magia de fadas
Não havia desventuras
E nem todas as amarguras
Tinham real importância
O riso de uma criança
É promessa de venturas.
(Carlos Marcos Faustino)


Vivamos com alegria
os nossos dias açoitados
num mundo tão conturbado
tão cheio de aleivosias...
que seja arma a poesia
pra vencer guerras futuras
que seja a fé a armadura
vestindo a paz, a esperança
no riso duma criança
há promessas de ventura
(Beto Acioli)


Deus, em sua perfeição,
Pela boca de Seu Cristo,
Acolheu crianças nisto:
Seu Reino de adoção
É delas sem provação.
Em Seu colo, com brandura
Afagou-lhes, sem censura
Deu-lhes bem-aventurança
O riso de uma criança
É promessa de ventura.
(Ana Cynthia Acioly)


O riso de uma criança
É promessa de venturas
É pro mundo a eterna cura
É da paz a aliança
E do amor a herança
É tintura que em segundos
De um modo tão profundo
Dão alento as nossas dores
Com harmonia e cores
Desejo pintar meu mundo.
(Carlos Marcos Faustino)



O riso de uma criança
é promessa de ventura
magistral semeadura
retrato de exuberância.
Focado e em consonância
num investimento fecundo
um bem a cada segundo
se extinguirão maus valores...
Com harmonia e em cores
desejo pintar meu mundo.
(Beto Acioli)


Dias sombrios já nascem
Em face à tal trucidação,
De um povo em inanição
Dos direitos que fenecem.
Olhos carentes emergem,
Nessa tulha de desmundo.
Preciso olhar a fundo,
Pensar feridas e dores.
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
(Ana Cynthia Acioly)



Com sorrisos e com flores
Pelos jardins semeados
Feito dois apaixonados
Despertando mil amores
Esses belos coautores
Em menos de um segundo
Vão te tocar lá no fundo
E em todos os arredores
Com harmonia e cores
Desejo pintar meu mundo.
(Carlos Marcos Faustino)


Que venha um tempo novo
de paz, amor e harmonia
com menos hipocrisia
e sem marés de estorvos
que chegue à vida o renovo
que o amor nos seja profundo
que soçobre o submundo
d'astúcias de malfeitores...
com harmonia e em cores
desejo pintar meu mundo
(Beto Acioli)


Preciso plantar o amor
Em canteiros invadidos
Que pranteiam desvalidos
Ressequidos, sem ardor
Como campos em torpor
Abraço cada segundo
Sinto o clamor mais profundo
Canto nuances de flores
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
(Ana Cynthia Acioly)


Uma canção que assobia
parece até pensamento
Mas qual, é obra do vento
Que vem lento e principia
Uma dança, alegoria
Obra de arte em segundos
da arte viva de fundo
É fato! Não são rumores
Com harmonia e cores
Desejo pintar meu mundo.
(Carlos Marcos Faustino)

Ter poucos, mas bons amigos
ser generoso e paciente
ser nas borrascas presente
e sempre pronto a dar abrigo.
Não olhar só o próprio umbigo
ser humano no mais profundo
c'o amor que vem lá do fundo
sem ranços nem dissabores...
com harmonia e cores
desejo pintar meu mundo.
(Beto Acioli)



Estratosferas de festa
Ou quintais de alegria
São do sol a alquimia,
Paragens que a Vida gesta.
Transbordo-me em floresta,
Com árvores me confundo,
Com sua seiva me fundo,
Vejo mil novos sabores.
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
(Ana Cynthia Acioly)

Se a chuva vier benfazeja
Rolar do alto da serra
Matar a sede da terra
É vida com toda certeza
Pede a Deus que te proteja
E agradeça bem do fundo
Do seu eu o mais profundo
Pelas frutas, pelas flores
Com harmonia e cores
Desejo pintar o mundo.
(Carlos Marcos Faustino



Já se ouvem as trombetas
como o rugir dum trovão
e o homem traz em suas mãos
às cifras, suas muletas
em culturas de mutretas
que ostentam seu submundo
c'os maus que já moribundos
se findam aos estertores...
mas com harmonia e cores
desejo pintar meu mundo.
(Beto Acioli)

Tamborilando os dedos
Em mesa de harmonia,
Dispo a monotonia,
Arvoro-me a enredos.
Que eu desperte vinhedos
De amizade fecundos,
Olhos nos olhos a fundo,
Em festival de favores.
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
 (Ana Cynthia Acioly)



No coração vêm saudades
A alma chora por dentro
Quando em você me concentro
Nos tempos de mocidade
Penso com assiduidade
Coisas que vêm lá do fundo
São emoções que em segundos
Cerceio com muitas flores
Com harmonia e cores
Desejo pintar meu mundo.
(Carlos Marcos Faustino)

Qual nuvem a errar nos céus
e d’intempéries envolto
sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel...
desfilam em meu corcel
tramas do meu submundo
videiro, sou vagamundo
procuro entr’espinhos, flores...
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
 (Beto Acioli)


Cabem no abraço retinas
De semblantes atrevidos,
Que desafiam gemidos,
Deixam-se pelas esquinas,
Com girassóis por cortinas.
Desenho em dez segundos
Quadro de paz oriundo
Da vida plena, favores.
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
 (Ana Cynthia Acioly)

Com girassóis na retina
morrerei muito enlevado
e ao chegar noutro lado
nesta hora tão divina
alguém será que imagina
no seu eu o mais profundo,
ao menos por um segundo
que apesar de tantas dores
Com harmonia e cores
Desejo pintar meu mundo.
(Carlos Marcos Faustino)



É salutar que se saiba
aonde se quer chegar
viver sem pestanejar
a história que n'alma caiba...
há mal que nos descalabra
por futuros infecundos
que traz por sopés profundos
presentes de mil bolores...
com harmonia e cores
desejo pintar meu mundo.
 (Beto Acioli)

No campo da existência,
Planeta de ilusões,
Vivemos de decisões.
As chaves da resistência.
Pressa preza paciência.
Com calma, eu não afundo,
Em mar revolto, inundo
Os dias com pormenores.
Com harmonia e cores,
Desejo pintar meu mundo.
(Ana Cynthia Acioly)


Num barco a navegar
Vou singrando com poesia
Girassóis levo, é dia
Sou ciranda em alto-mar.
No balanço quero dar
Voltas dançantes, rores!
Poetas são vendedores
De odes. São giramundos.
Desejo pintar meu mundo
Com harmonia e cores.
(Ana Cynthia Acioly)



Maldita é a ganância
do homem que explora homem
que gera miséria e fome
violências e discrepâncias...
talvez por ignorância
se prendam ao mal que perdura
e a isso se urge a cura
numa nova filosofia:
que seja arma a poesia
pra vencer guerras futuras.
(Beto Acioli)

Só campos de girassóis
Algodoal, nuvens brancas
No mar as mais calmas ondas
Debaixo dos meus lençóis
Lá fora vindo dois sóis
Um de realidades duras
Sem sonhos e só agruras
Mas há de chegar um dia
Que seja a arma a poesia
Pra vencer guerras futuras.
(Carlos Marcos Faustino)



Espalho minhas sementes
Pra o mundo ver em flor
Quero ramos de amor
Vida em palavra corrente
Que esta planta nascente
Floresça com valentia
Seja pulsante magia
Bosque de toda candura
Pra vencer guerras futuras
Que seja arma a poesia.
(Ana Cynthia Acioly)

Não existe um mal que vença
quando se tem persistência
quando se tem consciência
daquilo que a gente pensa
façamos dessa sentença
com luz, com sabedoria
montemos uma artilharia
com escritas e com leituras
pra vencer guerras futuras
que seja arma a poesia...
(Beto Acioli)



Um exército de rimas
Pro futuro delineada
Nas trincheiras das palavras
Entrelinhas paz ensina
Sem ser uma obra-prima
Feitos com muita ternura                                         
Pra acabar com desventuras
Objetivando um dia
Que seja arma a poesia
Pra vencer guerras futuras
(Carlos Marcos Faustino)

Disputas inconsequentes
Das eras tortura vil
Assolam povo gentil
De reinos, terras nascentes.
Prossigamos convergentes
Escrevendo alforria
Em pensares, elegias.
Juntemos as armaduras
Pra vencer guerras futuras
Que seja arma a poesia.
 (Ana Cynthia Acioly)


Triunfar em quaisquer combates
que soe qual profecia
façamos uma parceria
junto aos poetas e vates...
como água mole que bate
à pedra dura que fura
sigamos c'o essa postura
nutrindo essa teimosia
que seja arma a poesia
a vencer guerras futuras.
(Beto Acioli)


Com girassóis nas retinas
e por vontade iludido
sorrisos soltos, incontidos
a permearem minha sina.
À mente crua, oficina
a funcionar noite e dia
nem sempre a compor elegias
que versem dor e amargura...
pra vencer guerras futuras
que seja arma a poesia.
(Beto Acioli)



Espadachins no passado
Lanças, cavalos e bigas
O homem inda cria intrigas
De vidas tem se apossado
O espaço já dominado
Espalha no mundo agruras
Enquanto houver armaduras
Não se efetiva a magia
Que seja arma a poesia
Pra vencer guerras futuras.
(Carlos Marcos Faustino)

Amantes da lua cheia
Vigias da noite clara
Rebuscam sentenças raras
Que o brilho lunar margeia.
Exalem vida à Pangeia
São sonhadores, fé pia
Pra um mundo em orgia
Trovas em trincheiras puras.
Pra vencer guerras futuras
Que seja arma a poesia.
 (Ana Cynthia Acioly)


Que a paz reine com abastanças
nos desejos mais profundos
e urja esse novo mundo
que brote nova esperança
com o riso duma criança
que é promessa de ventura
c'o amor que vem d'alma pura
com a luz que ele irradia...
que seja arma a poesia
pra vencer guerras futuras.
(Beto Acioli)


Voz que canta uma cantiga
Pra embalar uma criança
Quando vem intemperança
Às vezes parte pra briga
Escravo de alguma intriga
Alguém que se desestrutura
Nesta postura imatura
Abençoa Deus um dia
Que seja arma a poesia
Pra vencer guerras futuras.
 (Carlos Marcos Faustino)


Poetas empunham versos
Nascidos em sua fronte
Despejam seus horizontes
Letras bordam seus avessos.
Enfrentam vilões travessos
Dados à descompostura
Em guerra contra leitura
Morte da sabedoria.
Que seja arma a poesia
Pra vencer guerras futuras.
 (Ana Cynthia Acioly)


O menino que ainda habita
todo meu jeito de ser
e faz-me n'alma crescer
e a me afastar de desditas...
garimpo nele pepitas
de gemas raras e puras
é assim qu'ele me depura
e me purga d'arrelias...
que seja arma a poesia
pra vencer guerras futuras.
(Beto Acioli)









Cansei de tanta contenda
Da língua se esvai o fel
Transfigurado no mel
Que engana sem que se entenda
A desvairada emenda
Desta atitude imatura
Em tempos de escravatura
Façamos a travessia
Que seja arma a poesia
Pra vencer guerras futuras.
 (Carlos Marcos Faustino)

A criancice das horas
Que passam doidas correndo
Dias em fio desfazendo
Remontam gritos d'agora
Lufos de vida que aflora.
Seja criança a harmonia
Conquista na travessia
Barco d'amores e juras.
Pra vencer guerras futuras
Que seja arma a poesia.
  (Ana Cynthia Acioly)



Quem comigo está na estrada
Pode não se aperceber
Todo meu jeito de ser
Tracejando a caminhada
Nessas rimas desenhadas
Construindo sem querer
Histórias deste viver
E que no coração palpita
Do menino que inda habita
Todo meu jeito de ser.
(Carlos Marcos Faustino)

De tanto exalar malícia
por fendas do mundo-cão
por falta de compaixão
o homem jaz na  imundícia...
mas quem guarda em si primícias
faz todo mal dissolver
pretenso a melhor viver
e d’esperançoso grita
o menino que ainda habita
todo meu jeito de ser.
(Beto Acioli)


Em meus versos delirantes,
Frutos de meus alfarrábios,
Confabulações c'os sábios,
Versos tais beligerantes,
Minha criança arfante
Brinca ao seu livre prazer.
Com seus ditos a combater
As maldades consentidas.
É o menino que ainda habita
todo meu jeito de ser.   
(Ana Cynthia Acioly)

Meu coração pulsa firme
transbordante de alegria
com essa pueril euforia
de sentimentos sublimes
não existe pecado ou crime
se, no imo, deixo morrer
o que me faz adoecer
pra ter a vida bendita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...
(Beto Acioli)



Das emoções e sorrisos
De muito tempo atrás
Trazem-me mais e mais
Saudades  num colorido
Lindo prazer, mas doído
Me envolvendo sem saber
Que posso tornar a crer
Que inda é minha aquela vida
Do menino que inda habita
Todo meu jeito de ser.
(Carlos Marcos Faustino



Sou fiel à minha essência
quem lê-me, vê o meu reverso
e que há verdade em meus versos
que imersos em incontinências
revelam inobediências
sem a ninguém contender...
e sem dar o braço a torcer
verso só o que a vida dita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...
(Beto Acioli)



Na inocência das crianças,
Seus trejeitos inteiriços,
Nos seus olhos de viço
Não canso a esperança.
Vejo neles a abastança.
Meu ser criança me vê
Um crente no renascer.
Que aos quatro cantos grita,
É o menino que ainda habita
Todo meu jeito de ser.
(Ana Cynthia Acioly)

Tento contar os meus dias
Negociando arremedos
Aspergindo meus segredos
Sobre a minha poesia.
Versos faço à revelia
Verbos que se possa ler
Verso sem ter nem porque
Sou voz que canta e grita.
É o menino qu'inda habita
Todo meu jeito de ser.
  (Ana Cynthia Acioly)




Posso ter brancos cabelos
Nos poucos fios que inda tenho
E se achas que eu venho
Com cautela e muito zelo
Justificar-me com esmero
Engana-se, posso dizer
Eu quero te absolver
Dou-te esta luz que palpita
Do menino que inda habita
Todo meu jeito de ser.
(Carlos Marcos Faustino)


Quem vacila carangueja
c’o sangue frio nas correntes
e é tão subserviente
como réptil que rasteja...
Encaro qualquer peleja
não dando a vida a tolher
invisto mais em colher
o que minh'alma acredita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...
(Beto Acioli)


Espalho minhas sementes
Pr'o caminho colorir
Ver a saudade partir
Namoro versos nascentes
Planto rimas complacentes
Pra meus ecos refazer
Existo assim, meu querer
Ascende rente, incita
É o menino qu'inda habita
Todo meu jeito de ser.
 
(Ana Cynthia Acioly)


Estou à mercê das horas
Caminho mesmo sorriso
Seguindo em passos precisos
O tempo me leva embora
Por que você ignora
Meu medo de te perder
O fogo de te querer
Algo lá dentro que agita
O menino que inda habita
Todo meu jeito de ser.
 (Carlos Marcos Faustino)



De mim sempre peregrino
na busca de me encontrar
teimando em perambular
sem nem saber qual destino...
com todo fervor me afino
à ideia de me entender
a assim tais grilhões romper
à luz que, a viver, me incita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...
(Beto Acioli)

ESPAÇO PARA CYNTHIA (1)
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o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser.
  (Ana Cynthia Acioly)


Escriba, sou ventania
sou rio a romper represas
sou poço sem luz acesa
marés d'amar, maresias
sou, no anverso, poesia
meu tempo-inferno é céu
se inverno sou macaréu
jorrando meus Eus, ressolto
sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel...
(Beto Acioli)

Sou barco em mar revolto
E o meu porto é papel
Pensamentos, meu cinzel
Deixo assim tudo tão solto
Mas ainda assim envolto
Nessas trilhas do teu céu
“De versos eterno véu”
Por isso é que te digo
Pasmei, pasmei meu amigo
Pra você tiro o chapéu.
(Carlos Marcos Faustino)


Moro num mar de humores,
Balanço de mil marolas,
Anseios, enleios, trolas...
Minhas velas, meus valores.
Sou navegante de amores.
Aventureira ao léu,
Entre epopeia e cordel,
Em águas fundas me solto!
Sou barco em mar revolto,
E o meu porto é o papel.
(Ana Cynthia Acioly)

Se o tempo é de rebuliço
qual reações de vulcão
com lavas fundindo chãos
brotando humor movediço...
se os olhos de alagadiços
espelham que agora é fel
extirpo, da alma, o véu
e fugo pro meu acouto...
Sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel.
(Beto Acioli)


Olvida meus versos, olvida
Se isso te faz sentido
Rimas que trago comigo
Na inspiração que me dita
Em poesias escritas
Parece virem do céu
Em sonetos ou cordel
Se isso não me faz morto
Sou barco em mar revolto
E o meu porto é o papel.
(Carlos Marcos Faustino)

Observando o horizonte,
A linha do céu e mar,
Escrevo a contemplar
A calma deste instante.
Nessa vida inconstante,
Agora e assim faço céu.
Depois passo qual corcel,
Farto-me de tudo e volto.
Sou barco em mar revolto,
E o meu porto é o papel.
(Ana Cynthia Acioly)



Sertão, sou de solo agreste
que nas intempéries medra
qual rama brota entre pedras
alma de viés rupestre
bicho de tantos estrepes
depredador de escarcéus
sem mais sintomas de réu
mas que, de paz, segue envolto...
sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel...
(Beto Acioli)


À parte, estive posposto
Neste celeiro que habito
Divaguei rosto constrito
Na alma o fel do desgosto
 Com todo meu eu exposto
 E nos ombros meu farnel
Vou deixando esse quartel
Já que não fui absolto
Sou barco em mar revolto
E meu porto é papel.
(Carlos Marcos Faustino)


Se pisei em tempestade,
Me agarrei com os trovões,
Me embrenhei em turbilhões,
Desbravando a escuridade,
Vivo, pois, ambiguidades.
Das volições e dos céus,
Remanso de menestrel,
Das altas ondas desvolto.
Sou barco em mar revolto,
E o meu porto é o papel.
(Ana Cynthia Acioly)

O menino qu’inda habita
todo o meu jeito de ser
responde aos meus porquês,
se o adulto dói ele grita...
s’ele sente minh'alma aflita
com a mente em total tropel,
faz-se presente e fiel,
um escudeiro desenvolto...
sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel.
(Beto Acioli)


Da vida a gente se apaga
E como brisa se vai
Nas asas da chuva cai
E rola e se propaga
Levando em suas águas
Lembranças nossas ao léu
Com um lembrete aos céus
Todinho em flores envolto
Sou barco em mar revolto
E o meu porto é o papel.
 (Carlos Marcos Faustino)

Singro vasto oceano
De questões e vernáculos.
Qual barco branco engulo
Espumas e seus arcanos.
Enleio ditos insanos,
Rimas em raios no céu.
Da tempestade sou réu,
Minha confissão escolto,
Sou barco em mar revolto,
E o meu porto é o papel.
(Ana Cynthia Acioly)



No afã de tornar mais flóreos
e bem luzidios meus dias
vou nutrindo de poesias
o meu bocado incorpóreo...
bebendo dos versos Cyntheos,
Faustínicos, à La Espinel
flano nos mais altos céus
c'o espírito leve e solto...
Sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel...
(Beto Acioli)

Nas horas que adormeço
Em minhas mágoas tropeço
Não deixo nenhum acesso
Pra que me virem do avesso
Se de mal de amor padeço
Não levo o Premio Nobel
Mas não deixo de ser réu
Destes grilhões não fui solto
Sou barco em mar revolto
E o meu porto é papel.
 (Carlos Marcos Faustino)



ESPAÇO PARA CYNTHIA (2)
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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Sou barco em mar revolto
e o meu porto é o papel...
  (Ana Cynthia Acioly)

Em picos, vales, colinas
Desferem com seu vigor,
Golpes de vida e dor,
Arqueiros em suas sinas.
Espojam-se em rapina,
Empunham suas armas,
Rugem os seus dramas.
Poetas versos destilam,
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)



Arcanjos de priscas eras
de céus pouco constelados
n'alvores são arrebatados
pra se reencontrarem à  terra...
em línguas maldizem guerras
empunham penas em flamas
poesias de si derramam
conspirações que os instigam...
Os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)

Vivo em eterno balanço
Nos dias que ainda tenho
Mas já nem sei pra que venho
Deixar ao mundo meu canto
Desnudo de todo encanto
Segue o barco com seus dramas
Ate o porto que o chama
Deixando que os outros digam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas
(Carlos Marcos Faustino)


Os olhos são qual luzeiros
Espargem sol e estrelas
Iluminam nossas celas
Armas vítreas dos arqueiros
Alma de lestos guerreiros
No olhar lê-se a calma
Seres expõem dores, dramas
Amores, guerras perfilam
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)

Indomáveis cascavéis
traz'em seus antros e corjas
palavras moldadas à forja
na essências dos infiéis...
enfurnados carreteis,
que fins infernais maquinam,
ostentam só o que destilam...
eis sua peçonhenta fama
Os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)


Depois é fora do tempo
Estamos ficando velhos
Deixa que riam, é sério
Agora é o melhor momento
A vida não é passatempo
Esqueça todos os dramas
Sê feliz com quem tu amas
Os fracos eu sei cochilam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
(Carlos Marcos Faustino)


Histórias que se repetem
De disputas e grilhões
Poetas tecem versões
Raças seus punhos remetem
As vidas em garras seguem
Qual verve que inflama
Envergando suas plumas
Que em séquito pululam
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
                 (Ana Cynthia Acioly)



Vem d’ostensivos plantéis
d'inglórias por ambições
d’ostracismos, pretidões
mazelas e demais revés...
histórias com cortes em rés
postigo aberto ao drama
rios de pedras e de lamas
que sem correr se estagnam...
Os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)


Silêncio da madrugada
Agora e não depois
Venho falar de nós dois
Nesta poesia estampada
Em garranchos desenhada
Nem são lamentos, são chamas
Palavras de quem te ama
E depois disso se calam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
(Carlos Marcos Faustino)



Hospedeiros de lamentos,
De conquistas e valores,
Menestréis de clangores
Somos batalhões ao vento.
Lendas vivas a barlavento,
Qual poeta que declama,
Cantamos nossos dramas.
Nossos filhos já rutilam,
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)

Exorcizando  demônios
desvirginando poesias
vou reciclando energias
malhando pobres neurônios...
vou extirpando necrônios
que na vivalma inflama
pra vida voltar às chama
com céus claros que cintilam...
Os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas...
(Beto Acioli)


Quem se importa, um sonhador
Que se perde nos seus  sonhos
Com seus enredos bisonhos
Que falam de tanto amor
São flechas de caçador
Colírios de muitas damas
 Que mantém a sua fama
Por entre dentes sibilam
 Os videiros sim desfilam
 Em seus corcéis suas tramas.
(Carlos Marcos Faustino)


O cristal estilhaçado
Qual um coração gélido
Parte o limite pérfido
Estanque desfigurado
Mas não ousa atentado
Contra a flor viva na lama
Pois Deus a vida reclama
Vivos em vida cintilam
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)


Nada a querer senão ser
o infatigável aprendiz
ser dono do meu nariz
incoercível ao querer...
ser forro em sentir prazer
e a consumir toda chama
sem me importar com má fama
por ser o que a alma aspira...
os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)


Por um fio em um segundo
Mil coisas acontecendo
Gente tão jovem morrendo
Homens caráter imundo
Querem dominar o mundo
Tudo, tudo se inflama
Crescem nossos melodramas
Mesmo tendo os que vacilam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
 (Carlos Marcos Faustino)


Vejo reis e seus reinados.
Vejo seus territórios,
Em jogos por si inglórios.
Frontes pelos brios marcados,
Troféus inférteis suados.
É vida que faz-se fama,
Os louros crescem em rama,
Por façanhas que mutilam.
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)

Não existe em ser malsofrido
medranças de dor latente
ocultos ranger de dentes
nem soluços suprimidos...
Não existe o quê reprimido
de vida que, em si, desrama
ou que se enraíza à lama
nem ventos maus que sibilam...
os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)


Voa doce passarinho
Pra outro rincão distante
Meu coração hesitante
Vai se achegar bem quietinho
Em seus sonhos de mansinho
Desperta não, quem te chama
Por qualquer coisa barganha
Ter você, mesmo que digam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
 (Carlos Marcos Faustino)



Redemoinhos de agoras,
Novelinhos de percursos,
São galanteios intrusos,
Aos aceiros da diáspora.
Alegações d'uma víbora
Que de tempo se chama,
Que faz sem dó duras camas.
Resistindo inda marcham.
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)  

   
Poetas são luminares
curandeiros de energias
purgatórios de avarias
e doutos em linguajares...
mitigantes em seus pesares
são geradores de flamas
transformadores de dramas
que azafameiros os estilam...
os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)

O Passado é esquecido
Incerto é o futuro
Que haverá após o muro
Do presente concebido
A cada instante vivido
A morte eu sei que enganas
Dizem pessoas insanas
Pra aqueles que se estrilam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
(Carlos Marcos Faustino)

Os poetas são viveiros
Da sua inspiração.
Acolhem em sucessão
Fios de motes veredeiros.
São loucos mensageiros
Da vida, morte os dramas,
D'amor q'em si cria ramas.
Poetas por si compilam.
Os videiros sim desfilam,
Em seus corcéis suas tramas.
(Ana Cynthia Acioly)

Na vida que se aligeira
e açora satisfações
embora desconstruções
a deixe aquém de canseiras...
andor sempre de traseiras
seguindo a infeliz boiama
vivendo qual melodrama
d'esperas que se aniquilam...
os videiros, sim, desfilam
em seus corcéis suas tramas.
(Beto Acioli)



Numa mágica cadência
Como os versos de um poema
Viver: Viver vale a pena
Pra que tanta abstinência
Já vai longe a adolescência
Nem sei por que te inflamas
Temos outros cronogramas
Nem todos se aniquilam
Os videiros sim destilam
Em seus corcéis suas tramas

Seus olhos tem um sorriso
Nunca feche estas janelas
A Luz que fluem por elas
Elevam-me ao Paraíso
Desfaleço, me eternizo
Ouça minha voz que te chama
Vem a mim! Oh doce dama
Esqueça quem nos destilam
Os videiros sim desfilam
Em seus corcéis suas tramas.
(Carlos Marcos Faustino)

Poetas são quais tenazes
Em labaredas ardentes.
Antigos incandescentes
Desde os mundos primazes.
Dotados d'olhos sagazes,
Almas livres borboletas,
Poetas talham facetas,
São conluios de retinas.
Os colóquios de esquina,
Ebriedade dos poetas.
(Ana Cynthia Acioly)



O orbe é mesa de bar
constelada de amigos
conexões de abrigos
numa permuta salutar.
Aonde se quer chegar
a noite é porta aberta
e prosas francas são setas
caminhos e lamparinas...
Os colóquios de esquina
ebriedade dos poetas.
(Beto Acioli)



As vozes são piruetas
De risos todas vestidas
Tristezas adormecidas
Numa mesma silhueta
Os problemas na gaveta
Tudo isso se aquieta
A Lua observa inquieta
A cena que lhe alucina
Os colóquios da esquina
Ebriedade dos poetas
(Carlos Marcos Faustino)



A cidade amanhece,
Como iguaria o café.
Jornada que urge em fé,
É uma noite que fenece.
Poesia que recrudesce,
Noite nave dos poetas,
Tecendo seus poemetas,
Quais estrelas matutinas.
Os colóquios de esquina,
Ebriedade dos poetas.
(Ana Cynthia Acioly)

Boemia é comunhão
na mais plena acracia
melopeias e poesias
das ledices, gestação.
Cada chegado é um irmão
que traz no abraço que oferta
histórias e descobertas
do mundo que se matina...
Os colóquios de esquina
ebriedade dos poetas.
(Beto Acioli)



Noites nem só borboletas
Aquelas carmim no riso
Alçam voos indecisos
Com suas historietas
Versos feito operetas
Eles mostram mil facetas
A mim não são indiscretas
Não sei por que te amofinas
Os colóquios da esquina
Ebriedade dos poetas.
 (Carlos Marcos Faustino)

Lunática lua apela
A menestréis passantes,
Que deixem os seus farfantes,
Versem um conto pra ela.
Ela pede uma aquarela,
Eles rimam em facetas,
As trovas dão piruetas,
Ajuntamento traquina.
Os colóquios de esquina,
Ebriedade dos poetas.
(Ana Cynthia Acioly)


Poesia é ter pôr do sol
cariz em vermelhidão
ver a vida como embrião
c'o vésper no arrebol
e a lua tal qual farol
no anoitecer que desperta
sereno sugerir festa
na madrugada em surdina...
os colóquios de esquina
ebriedade dos poetas.
(Beto Acioli)

Nem só o luar lá fora
Serestas na madrugada
Turvo olhar, alma lavada
À mercê dos bota-foras
Estenda a mão, não é hora?
Antes que a vida os remeta
Ali aos pés da sarjeta
Tem gente que abomina
Os colóquios da esquina
Ebriedade dos poetas.
(Carlos Marcos Faustino)



Debulhamos nossos versos
Livres, viventes, alados,
Que entregamos temperados
Para olhos controversos.
Poetas e seus avessos,
Poetas em operetas.
Sinfonia de cometas,
Vozes unas, cristalinas
Os colóquios de esquina,
Ebriedade dos poetas.
(Ana Cynthia Acioly)

Nossos versos debulhados
pão nosso de cada dia
insumos de sinergias
e, com fervores, inspirados...
víveres compartilhados
que busca o devir qual meta...
poesias é nossa ingesta
em confluções d'oficinas...
os colóquios de esquinas
ebriedade dos poetas.
 (Beto Acioli)




Viola embaixo do braço
Cai da cabeça o chapéu
Solta a voz o menestrel
No canto em descompasso
Espelham-se seus pedaços
Toda essa mágoa quieta
Duvido que não te afeta
Se quiser pode, opina!
Os colóquios da esquina
Ebriedade dos poetas.
(Carlos Marcos Faustino)

Meus versos não são tão belos
Quão simples é meu pensar
Pululam sem almejar
Serem tão lindos castelos
Nascem sem muito atropelos
E querem ser poesia
Mesmo sem ter a magia
São como simples botecos
Que florescem pelos becos
No anoitecer dos meus dias
(Carlos Marcos Faustino)



Querer ser bicho do mato
pra mim, faz total sentido
ser desse antro excluído
por regras que não me engato
a igualdade, de fato
só existe como utopia
não vivo às alegorias
de mundos que só me perco
que florescem pelos becos
no anoitecer dos meus dias.
(Beto Acioli)


Inspiração é o nudismo
Do ser inteiro de alguém.
É o desfolhar muito além
Do meu impressionismo.
C'o toque de simbolismo,
Realismo d'anarquia,
Meu pudor da mente fria,
Quando falam-me os ecos.
Que florescem pelos becos,
No anoitecer dos meus dias.
(Ana Cynthia Acioly)



Como se fora uma dança
Dos alforjes da minha alma
Tudo que agora se espalma
Afora tantas mudanças
 Lembranças, lembranças tantas
Em tempos de boemia
Seus versos, quanta mestria
Inda se ouvem os ecos
Que florescem pelos becos
No anoitecer dos meus dias.
(Carlos Marcos Faustino)

Adentro dos labirintos
a alma em soledade
perambula à frialdade
aversa ao próprio instinto
neste insalubre recinto
há berços de nostalgias
mas qu'inda brotam poesias
do imo angusto e seco
e florescem pelos becos
no anoitecer dos meus dias.
(Beto Acioli)



Floreando o arvoredo
Passarinhando o céu
Tenho doces, tenho mel
Versos, rimas e enredos
Arquiteta de arremedos
Sobrevoo as arcádias
Transcrevo-as em fatias
Levo meus grãos ecléticos
Que florescem pelos becos,
No anoitecer dos meus dias.
(Ana Cynthia Acioly)

Em minha vida, sementes
Fui plantando nos caminhos
Colhendo abrolhos, espinhos,
Fui crescendo, adolescente
Quase adulto, quase gente
Em tempos de alforria
Encontrei na alquimia
Explicações destes ecos
Que florescem pelos becos
No anoitecer dos meus dias.
 (Carlos Marcos Faustino)


Por rasteiros alicerces
progridem falhos caminhos
d'alheios afãs mesquinhos
mas sôfregos de benesses...
adiante, se estabelece
no caos, a desarmonia
facetas em assimetrias
e vis frutos rabissecos...
que florescem pelos becos
no anoitecer dos meus dias.
(Beto Acioli)


Dos meus jardins assombrados
Colho flores de tons frios.
Guardo espinhos luzidios,
Levo nas mãos meu passado.
Meu jardim segue fechado,
Tem aroma de agonias,
De flores murchas tardias.
Com rimas em galhos secos,
Que florescem pelos becos,
No anoitecer dos meus dias.
(Ana Cynthia Acioly)



Eu quis fazer um poema
Daqueles das boemias
Que rolam dia após dia
Os bares, fundo de cena
Atitudes obscenas
Pensei se eu versaria
Sussurros e zombarias
De bêbados e outros trecos
Que florescem pelos becos
No anoitecer dos meus dias.
 (Carlos Marcos Faustino)

Afora essa absonância
aguda que me consome
e a ignorância carcome
vacando minha cachimônia...
maquina em inoperância
e tergiversa arredia
na insegurança qu'é o guia
e construtora de cercos...
que florescem pelos becos
no anoitecer dos meus dias.
 (Beto Acioli)



Vejo corpos esculpidos
Estátuas magras, pálidas
Vejo almas esquálidas
Viventes indefinidos
Desfio verbos foragidos
Arvoro-me numa cria
De lamento, empatia
Gesto versos quase secos
Que florescem pelos becos,
No anoitecer dos meus dias.
(Ana Cynthia Acioly)                        



























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